Hulk Hogan, Rambo, Arnold Schwarzenegger, He-Man. Atletas olímpicos. Melhor, mais forte, mais rápido. Nos anos 80, acertar um soco no adversário do Irã era desejado, vencer as Olimpíadas era a glória.
Em "Bigger, stronger, faster" o foco não é alertar contra efeitos do uso de anabolizantes, mas sim do efeito de ser americano. Imagine acordar de manhã, ligar a tv e no noticiário receber a notícia de que seu ídolo não é tão perfeito quanto você acreditava? Que seu lutador preferido, aquele em que você se inspirou toda a sua adolescência e juventude, foi acusado por posse de cocaína e maconha? Ou que seus músculos foram resultado de 12 anos de esteróides? Não deve ser nada fácil.
Não é somente um aparato da mídia atual usar de todas as formas para convencer seu público a comprar tal estilo de vida que ela vende. Como vemos, isso acontece desde quando se conhece mídia por mídia. A televisão, as rádios, jornais, revistas, cinema... tudo é utilizado. Nos anos 80, ser forte, musculoso, rápido e grande era o objetivo de praticamente todos os jovens. O conhecido Rocky
Balboa, lembrado por suas frases de efeito e incentivo, mostrava aos jovens
que eles eram os únicos capazes de escolher o destino da sua vida. Em tese, ele queria mostrar para todos que dependia de cada um se transformar em um grande campeão, usando como espelho o
próprio campeão, o lendário e invencível Rock.
"Hulkamania nasceu e a mensagem estava clara: você não mexe com Hulk Hogan e você certamente não mexe com a América".
Os Estados Unidos são o melhor exemplo de "show de nacionalidade". A terra do tio Sam detém a maior indústria cinematográfica do mundo. Se antes a expressão da superioridade era o Rambo, hoje é o Capitão América, herói da Marvel. Além de exemplificar a soberania estaduniense, o avenger é um dos heróis favoritos das crianças de todo o mundo. E é esse o ponto forte: os EUA não apenas criam heróis para seu povo nativo, mas para o resto da humanidade. Um exemplo disso são as propagandas da Coca Cola. Já passou pela sua cabeça aquele sentimento de querer "entrar" nesses comerciais? A vida lá é tão feliz, tão melhor. Quem não quer.
"Queria crescer americano, comer hot-dog e arrotar coca-cola". Troquei o sabão de coco pelo shampoo".
(trecho do documentário "Utopia e Barbárie")
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
(...)
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
(trechos da música "Ideologia", Cazuza)
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