quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A realidade brasileira por "debaixo dos panos"

Manda Bala é um documentário americano dirigido por Jason Kohn que mostra a corrupção e a violência que tem sido cada vez mais frequentes nas cidades brasileiras. A exibição desse documentário foi proibida no Brasil pelo simples fato de mostrar um Brasil diferente daquele que geralmente é mostrado mundo afora, a terra do samba, do café, de "gente feliz e calorosa", de mulheres bonitas e entre tantas outras qualidades aparentes. Além disso, o documentário aborda a questão da violência, de como ela começa em Brasília e termina na periferia.

Reportagem da revista Veja:
"Jader Barbalho era governador do Pará na época dos desvios e foi quem mais se beneficiou do esquema criminoso. Além dos 2,5 milhões de reais do Banpará recebeu mais de 8 milhões de outras fontes além de lucros obtidos com aplicações financeiras. Recebeu cerca de 10,3 milhões de reais. Foram 51 depósitos em sua conta, entre novembro de 1984 e setembro de 1988. Em seu maior saque, ocorrido em junho de 1987, o senador pegou o equivalente a 9,9 milhões de reais.

O que aconteceu?
A ação só chegou à Justiça em 2004, quando o STF aceitou a denuncia de peculato contra o senador. Há grandes chances de Barbalho escapar do processo, já que no entendimento de alguns ministros a pena já estaria prescrita desde o ano 2000. Acusado também de participação em fraudes na extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) quando era presidente do Senado, viu-se obrigado a renunciar ao mandato em 2001. Voltou à política já no ano seguinte como deputado federal, reelegendo-se em 2006. Renunciou ao cargo em 2010 a dois meses de terminar o mandato. No mesmo ano foi eleito senador com aproximadamente 1,8 milhão de votos, mas não assumiu a cadeira no Parlamento devido à divergência no Supremo Tribunal Federal quanto à validade da lei da ficha-limpa. Em dezembro de 2011 foi autorizado pelo ministro Cezar Peluso, que se valeu do voto de qualidade, para desempatar o julgamento que impedia Jader de tomar posse".

O documentário retrata Jader Barbalho como apenas mais um de nossos governantes que saem impunes de crimes tão bárbaros, nos mostra claramente o quanto a justiça brasileira continua falha e que alguns sempre são beneficiados. O mais irônico é quando algum estrangeiro fala sobre o Brasil tão bem que os próprios brasileiros gostariam de viver nesse mundo criado por ele. Porque muitas vezes, o que chega aos ouvidos "gringos" é sujeira disfarçada, maquiada. 

A reportagem da revista Veja aponta que há grandes chances de Jader Barbalho escapar do processo, pois alguns ministros entendiam que a pena já estava prescrita desde o ano 2000. Após isso fica a indagação: será que um dia a política brasileira vai tomar rumos mais justos? Ou isso é uma utopia?

No dia 26/10/14 aconteceu no Brasil o segundo turno das eleições para presidente. Se os leitores acompanharam os debates, assistiram a disputa mais acirrada em muito tempo. A troca de farpas e a falta de sensatez de ambos os candidatos por vezes assustava a muitos e para outros era motivo de risada. Vejamos, eram candidatos à presidência ou dois palhaços em rede nacional? O futuro do Brasil estava em jogo. E agora com a reeleição da presidente Dilma, o que todos nós brasileiros (os realmente brasileiros, não aqueles que tiveram discursos de ódio sobre o nordeste ou ideias tão insanas como separação) esperamos é que esses quatro próximos anos tragam mudanças para nosso país. Que tudo aquilo que não foi feito, seja realizado agora. Mais atenção à educação, saúde, segurança, enfim, que o Brasil pensado pelos estrangeiros não fique somente na imaginação.

Em entrevista, Kohn, diretor do documentário, argumenta:
 
"As pessoas no Brasil sabem de toda a corrupção, mas parecem não se sentirem ameaçadas ou emocionalmente horrorizadas. O objetivo não é prender Jader Barbalho, mas tentar mudar a percepção do que a corrupção significa. Porque se existe um filho-da-puta roubando a 2 mil quilômetros de você, você acha que não lhe afeta, mas quando se percebe que a violência que existe em São Paulo é por conta desses caras, a trama fica mais pessoal."

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